Joana gosta de calor, Pedro prefere frio. Maria ama brigadeiro, João prefere beijinho. Júlia tem atração sexual por mulheres, Mário, por homens. Carolina gosta de fazer sexo em público, André, a três.
Assim como qualquer outra preferência, cada indivíduo tem seus gostos e fantasias sexuais. E são poucas as pessoas que não fantasiam com sexo. Pesquisa realizada em 2014 pela Universidade de Montreal no Canadá indicou que mais de 80% dos entrevistados já imaginou transar em locais inusitados, como banheiros públicos ou escritórios, prática conhecida como fetichismo.
Dentre as outras fantasias sexuais de maior destaque estão a masturbação e a dominação sexual, sendo que 36% das mulheres e 26% dos homens disseram desejar ser chicoteados por seus parceiros durante o sexo, e 52% das mulheres e 46% dos homens sentem tesão em serem amarrados para o prazer do parceiro ou parceira, práticas de sadomasoquismo.
Além disso, a pesquisa mostrou que poucas fantasias sexuais são consideradas incomuns ou raras (com menos de 16% de adesão). Entre elas estão práticas ilegais, como sexo com crianças, animais ou sem consentimento.
Para Paulo Loupan, ator pornô há 15 anos, mais do que normal, “é fundamental ter fantasias sexuais, e é super necessário a vida sexual estar em dia.”
Ele, que já gravou mais de 2 mil cenas de sexo, vê as fantasias sexuais com mais naturalidade. “Fantasias sexuais são apenas o melhor para cada um.” Marina Simas, psicóloga e especialista em sexualidade, reforça essa ideia em pesquisa realizada pelo Instituto do Casal, organização que promove a saúde sexual entre casais no Brasil. “Podemos chamar as fantasias sexuais de alimento da libido, ou seja, do desejo sexual. Cada pessoa cria sua própria fantasia com aquilo que mais lhe excita, pois a imaginação não tem limites e oferece a liberdade de experimentar várias situações sexuais.”
Apesar disso, a satisfação sexual está longe do alcance de muitas pessoas. De acordo com o Instituto, 56% dos casais brasileiros considera sua vida sexual ruim ou regular. Loupan atribui essa infelicidade ao tabu associado a fantasias sexuais. “As pessoas são cabeça dura. Às vezes elas gostam de uma coisa, mas aquilo é tão contra a personalidade delas, que elas recusam. Mas só a pessoa que gosta de sadomasoquismo sabe o prazer de gostar daquilo.” A solução que ele encontra para isso é simples: “Liberte a sua vontade. O sexo bom começa na adrenalina da mente.”