As duas metades do dia se contrastam quando observamos como a cidade de São Paulo se comporta. No mesmo espaço, o alívio sutil do horário de almoço dá lugar à descontração sem pressa da noite. O arroz e feijão são substituídos por petiscos e cerveja gelada. Músculos tensionados dão lugar a posturas relaxadas e gravatas sem nó. Quando termina a noite, o sinal verde na faixa de pedestres da avenida mais movimentada da cidade já não é sinônimo de pressa, e nem de tentativas de ultrapassar os desavisados que caminham devagar. A quantidade de pessoas nas ruas é maior que o número de carros.
Essas mudanças ditam o que é a São Paulo das zero e das doze horas. Sempre em transformação, a mudança gradual vai do silêncio ao barulho, do quente ao frio, da luz do sol à da lua, do vazio ao cheio e ao vazio e ao cheio de novo. É gradual, mas não linear.
A cada metade do dia, a cidade se reconfigura. Lado a lado, as duas constroem cenários distintos no mesmo lugar.