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Empregar novas ideias

 

Por Julia Mayumi

 

Duas mil e oitenta horas. Esse é o tempo que uma pessoa trabalha durante um ano, numa jornada de oito horas diárias. Talvez seja por isso que a palavra demissão cause arrepios. O desemprego atinge 12,6 milhões de brasileiros, de acordo com dados do IBGE*. A principal saída dessa crise é o trabalho informal e, hoje, 24,4 milhões de pessoas que saíram do desemprego estão nessa modalidade. Mariane é uma delas.
Após ser desligada da empresa em que era recepcionista, ela mandou currículos para vagas semelhantes, mas não conseguiu nada. “Comecei a me desesperar, porque estava cheia de contas para pagar”. Mariane encontrou uma saída doce: trabalhar com a mãe vendendo brigadeiros. Ela conta que tem mão boa e as vendas começaram a crescer; hoje, toca sozinha o negócio, e afirma que está feliz. “Faço o que gosto, ganho meu próprio dinheiro e amo a confeitaria”. Mas houve quem procurasse outras opções além do trabalho informal.

Tania é química e trabalhou durante anos em um laboratório. A demissão veio quando sua área se fundiu à outra na mesma empresa. Grávida da segunda filha, ela buscou algo que lhe desse maior flexibilidade de horários. Decidiu, então, se tornar professora. “ Fazia muito treinamento com os estagiários e sempre me falavam que eu parecia gostar de ensinar”. A licenciatura foi viável graças a um desconto que ela conseguiu na faculdade onde se graduou.

Ao contrário de Mariane, a professora não gosta muito da nova ocupação: “os alunos são muito desmotivados e isso desanima”. Apesar disso, ela se diz grata ao trabalho por lhe permitir ficar com a família. Hoje, depois de ter passado pelos sistemas público e privado, Tania dá aulas particulares.

Começar de novo por ordem do destino nem sempre é tão estimulante quanto escolher a mudança. Mas pode ser bom. A doceira acha difícil empreender, mas aprendeu muito. “Você tem que vencer a si mesma todos os dias, trabalhar mesmo não querendo e se renovar pra não cair na mesmice”.

*dados de setembro de 2019 da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio Contínua

Colaboraram: Mariane Simões, Tania Garcia

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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