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Por Gabriela Lima

 

Arte: Breno Queiroz e Lucas Tôrres Dias

No mundo, estima-se que há 35 milhões de nômades digitais, segundo relatório da empresa de migração Fragomen. Essas pessoas abrem mão da estabilidade de uma rotina para viajarem o mundo enquanto trabalham online. 

Essa é a vida de Natália Becattini há 11 anos. Nascida em Minas Gerais, ela mora em Bogotá, mas apenas pelos próximos seis meses, porque em seguida irá para outro país – que não sabe ainda qual. Assim que se formou em Jornalismo, Natália resolveu viajar e, desde então, ela não tem residência fixa.

A ideia de trabalhar e viajar pertence a uma nova geração de jovens na faixa dos 30 anos que não querem esperar a aposentadoria para encontrar a felicidade. “Acho que a grande coisa da vida que eu escolhi é a liberdade. Eu não tenho um emprego que me prenda no exterior, e da mesma forma, eu não estou presa em BH”.

O estilo de vida não é para todos. É preciso pegar cargas horárias variadas em diferentes projetos como freelancer, além de ganhar em real e gastar em uma moeda diferente. Não há certeza de uma remuneração estável e nem uma rotina, o que faz alguns nômades digitais abrirem mão dessa vida.

A dificuldade em estabelecer uma rotina de trabalho e lazer foi um dos problemas que Andréia Manrique, jornalista de 32 anos, relatou durante seu período como nômade digital. Quando um dos seus principais trabalhos autônomos terminou em dezembro de 2022, ela retornou para o Brasil. Foi na hora certa. Pouco tempo depois, descobriu uma doença grave: “Se eu estivesse no exterior, não teria o apoio familiar que tive aqui”.

A vida como nômade digital não deu certo para Andréia. Agora, ela tem um trabalho fixo que gosta no Brasil, mas não desistiu de viajar. Em dezembro, pretende viajar de férias para Paris. A longo prazo, ela quer estudar o mestrado na Europa.

Andréia parou com o nomadismo digital depois de um ano, mas há gente como Natália que fica mais tempo na estrada. Matheus de Souza passou seis anos viajando pelo mundo. A rotina constante de mudanças e adaptações culturais em diferentes países o cansou. Ele não retornou para o Brasil, no entanto. Acabou encontrando uma vida em Paris, na França, país onde mora hoje, e segue trabalhando digitalmente. “Foi incrível pelo período que durou. Eu não me arrependo de nada e faria tudo de novo”.

Colaboradores: Renata Santos da Frota, Mestranda em Gestão Empresarial, e Natália Diniz, psicóloga e fundadora da Prô Mundo Psicologia.

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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