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Por Fernando Cardoso

 

Arte: Breno Queiroz e Lucas Tôrres Dias

Em novembro de 2023, mais de 41 mil brasileiros aguardavam por um órgão na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes, com o sonho de receber a peça que pode proporcioná-los uma nova chance na vida. Para os quase 8 mil pacientes que já fizeram a operação neste ano, outras batalhas nascem.

Os transplantados precisam ter uma vida extremamente saudável, à base de uma dieta alimentar restrita e uma série de medicamentos para que o corpo aceite de forma completa o novo órgão. As atividades que podem ou não realizar são desconhecidas, pois dependem de cada caso, e eles temem o retorno de seus problemas originais. 

“O paciente precisa se engajar muito na reabilitação e se cuidar para sempre”, conta Patrícia Almeida, hepatologista especialista em transplante de fígado.

Preocupados com a realidade após seus transplantes de fígado, Michelle e Phillyp têm buscado responder às questões que nem sempre possuem respostas certas, afinal, pode haver inúmeras variações de um caso para outro, seja em relação à aceitação do órgão ou das dificuldades na recuperação do indivíduo. 

Curiosa e receosa, Michelle passou a dedicar uma fração de seu tempo para pesquisar mais sobre sua situação. Após anos de estudo, ela decidiu compartilhar as descobertas em uma página nas redes sociais. O sucesso veio ao encontrar muitos outros jovens que, assim como ela, sentiam-se abandonados.

“Depois do transplante, eu me sentia uma alienígena. É um mundo que não vem com uma carta sobre o que se pode fazer”, conta.

Para Phillyp, o caminho havia sido traçado antes da operação, quando se deparou com o ativismo político. Em sua cidade, ele iniciou um movimento para difundir a causa da doação de órgãos, mas também conscientizar sobre o estilo de vida dos transplantados.

“Esse é o meu propósito. Hoje eu contribuo da melhor maneira possível. O transplantado tem uma qualidade de vida, mas ainda assim é um tratamento para sempre.”

Apesar da incessante busca, muitos questionamentos continuam na cabeça dos transplantados. Existem aqueles que optam por resolver o complexo dilema ao colocar suas preocupações em prática.

Após mais de 10 anos com uma doença nos rins, Priscilla finalmente fez um transplante. Quando recebeu alta do hospital, ela tinha certeza que teria uma vida debilitada. 

A realidade não podia ser mais diferente. Priscilla logo voltou a nadar, além de começar a pedalar e correr, praticando o triathlon, modalidade que a levou para os Jogos Mundiais de Transplantados de 2023, na Austrália. 

Na jornada pela excelência no esporte, ela fez uma importante descoberta: “Existem milhares de transplantados que não sabem que isso é possível”. Para muitos, é de fato possível. Em um mundo incerto, no entanto, o difícil ainda é ter coragem de tentar.

Colaboradores: Ministério da Saúde e Hospital Israelita Albert Einstein

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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