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toda forma de viver o amor

 

Por Mariana Rossi

 
Arte: Ca Andrade

Textos de amor costumam ser clichês, e este queria começar diferente. Mas os últimos românticos continuam por aí. 

Se o futebol está ligado à emoção, imagine para Lucas Herrero e Isabelly Morais. Repórter e narradora esportivos, se conheceram pelo futebol. O pedido de casamento, é claro, tinha que ter relação com a paixão: foi em pleno Santiago Bernabéu, estádio do Real Madrid, durante um Real x Barcelona. 

Um lugar especial também foi palco — literalmente — do pedido de casamento do agrônomo Jonas Pagassini e da designer Beatriz Burgo. Diante da plateia do Rock In Rio, ele fez o pedido sob o olhar de Billie Joe Armstrong, vocalista do Green Day. A banda, por sinal, foi o que fez o casal se conhecer no Orkut. 

Esses pedidos parecem cena de filme, até porque não foram poucas as vezes em que as telonas retrataram surpresas deliciosas do amor — e que mexeram com o imaginário do espectador. O ideal de amor romântico entrou de vez na sociedade a partir da década de 1940, incentivado pelos famosos filmes de Hollywood.

Essa indústria prescreve um receituário do mundo afetivo, explica a cientista social Thaís Caetano de Souza: “Novelas e filmes marcam o ideal de amor. É adrenalina, aventura, e também sofrimento, uma pitada de ciúmes. De certa forma eles homogeneizam a forma de entender e viver o amor”. E há também retorno financeiro. Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontou que o Dia dos Namorados movimentou R$ 2,59 bilhões no país só em 2024.

O problema não está nos clichês, mas na frustração ao ser confrontado com a realidade. “O amor romântico é um conjunto de expectativas que eu considero prejudiciais, porque ele é calcado na idealização”, explica a psicanalista e escritora Regina Navarro Lins. “A boa notícia é que esse tipo de amor está dando sinais de sair de cena, por conta da busca de maior individualidade”, completa a autora de Novas Formas de Amar.

Aos apaixonados, calma! Isso não significa abandonar o romantismo diário. E disso, as estudantes Olívia Amorim e Isabella Sasso sabem. Apesar da rotina corrida, mensagens e carinhos nunca faltam. Tampouco no estrogonofe quentinho que Lucas comeu após um dia cansativo e nas danças sem música de Beatriz e Jonas.“Grandes ou pequenas, todas as demonstrações têm seu valor”, resume Isabella.

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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