
Apontar o exato motivo que levou alguém a começar a comprar obras de arte é uma tarefa complicada. Existem os que compram por decoração, outros que compram por investimento, e ainda, os que fazem disso um hobby.
Gerson Gatti, 63 anos, acumulou aproximadamente mil peças na sua coleção, mas não tem preferências específicas por estilo ou época, além da admiração clara pela arte brasileira, por Cândido Portinari e um certo distanciamento de produções contemporâneas.
As aquisições de seu ciclo social podem parecer um pouco aleatórias. Quando vão para um leilão, a busca é pela oportunidade de um bom negócio. Muitas vezes nem sabem exatamente a origem de uma obra. A experiência para reconhecer as produções que valem a pena é o que conta.
Hoje, a presença do art advisor facilita esse processo. Ele representa um professor, assistente, catalogador e especialista na mesma figura, proporcionando tanto uma segurança maior para iniciantes quanto um apoio para pessoas experientes poderem trabalhar em seu acervo.
A profissão alterou a prática de um passatempo que poderia custar muito, não só monetariamente. O esforço de entender o recorte histórico que uma obra se encaixa e seu valor foi superado. Tornar-se um bom comprador de peças sozinho pode levar tanto tempo quanto uma graduação.
A maneira de vender também mudou. A galerista Antonia Bergamin ressalta que as redes sociais têm se mostrado fundamentais como um recurso para a conexão com novos compradores não tradicionais. O desejo de encontrar pessoalmente aquilo que chamou atenção num post é motivador.
A modalidade de venda online cresceu expressivamente na primeira metade de 2020, quando 37% das vendas totais foram feitas pela internet, segundo os relatórios do mercado da arte produzidos pela Art Basel e o banco UBS. Mesmo com a recessão do mercado em geral, a versão sobre 2023 demonstra um crescimento de 7% nesse tipo de transação em relação a 2022.
Colaboradores
Gerson Gatti
Antonia Bergamin