Às vezes precisamos encarar traços desagradáveis da nossa personalidade: como nós nos tornamos essa pessoa? Como os traços que antes eram apontados no outro, hoje, são nossos? Pode parecer assustador que tudo o que vivemos e todos com que convivemos nos marcam, aos poucos, mesmo sem perceber.
É ainda mais intenso quando entendemos que da mesma maneira que carregamos certas heranças, contribuímos na composição do outro. É difícil mensurar o impacto desse mar de nós, como nosso romper de ondas pode ferir ou curar, destruir ou ressignificar. Marcamos e somos marcados, e é disso que as pessoas são formadas.
E tudo isso é tão automático que muitas nuances de quem somos se perdem na rotina. Olhar atentamente para esse mosaico e desvendar o que o compõe — ir além de um fugaz vislumbre do mar de si, refletir sobre tudo que deve existir nas nossas profundezas — é algo constantemente evitado.
O claro! Marcas surge com o intuito de explorar e se aprofundar nas singularidades que constroem nossa identidade. Vivências e experiências traduzidas em uma infinidade de marcas — recebidas ou entregues, às vezes queridas, às vezes nem tanto. Tudo marca.
Expediente – Reitor: Carlos Gilberto Carlotti Junior. Diretora da ECA-USP: Brasilina Passarelli. Chefe do departamento: Luciano Guimarães. Professora responsável: Eun Yung Park. Capa: Rebeca Fonseca. Editoras de conteúdo: Caroline Kellen e Larissa Leal. Editora de Arte: Rebeca Fonseca. Editora Online: Natalia Nora. Ilustradoras: Beatriz Sardinha e Victoria Borges. Diagramadores: Antônio Misquey, Bianca Camatta, Diogo Bachega, Gabriel Gama, João Aguiar, José Vieira, Julia Custódio, Lívia Magalhães, Rosiane Lopes e Valentina Moreira. Repórteres: Amanda Marangoni, Carolina Borin, Duda Ventura, Emilly Gondim, Gustavo Assef, Isabella Oliveira, João Pedro Barreto, Júlia Castanha, Karolina Monte, Lara Paiva, Laura Guedes, Lorraine Moreira, Maria Carolina Milaré, Mariana Carneiro, Matheus Nistal, Regis Ramos, Renato Brocchi e Rodrigo Tammaro. Revisão de texto: Thiago Campolina. Endereço: Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, prédio 2 – Cidade Universitária, São Paulo, SP, 05508 920. Telefone: (11) 3091- 4112. O claro! é produzido pelos alunos do quinto semestre de Jornalismo como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo Impresso-Suplemento.
Livre de marcas
 
Por Gustavo Assef e Mariana Carneiro
 
Se engana quem pensa que as tatuagens são uma moda recente. Já foram encontradas múmias do Egito Antigo com o corpo coberto por desenhos, e a prática de marcar a pele faz parte da cultura de diversos povos originários. Tatuar foi uma forma popular de expressão pessoal, mas nos dias de hoje, essa escolha não precisa ser definitiva.
A insatisfação com uma arte marcada na pele leva muitos tatuados a optar pela remoção. Dentre as queixas mais comuns, estão nomes de ex-namorados, tatuagens antigas e micropigmentações estéticas.
De acordo com um estudo realizado em 2013 pelo Royal Blackburn Hospital, do Reino Unido, uma em cada três pessoas se arrepende de ter feito tatuagem. Para a pesquisa, foram entrevistadas 580 pessoas tatuadas, e pouco menos da metade dos arrependidos respondeu que aceitaria fazer a remoção.
O processo não é simples. Apagar uma tattoo pode ser demorado e tão doloroso quanto fazê-la, explica Débora Lippi, especialista em remoção de tatuagens. Em contato com a pele, o laser quebra os pigmentos de tinta em micropartículas e permite que o corpo os elimine através do sistema linfático.
“Dependemos da intensidade, qualidade e profundidade que foi feita a tatuagem e do organismo do paciente para eliminar esse pigmento”, informa Juliana Siqueira, expert em remoção a laser. Como cada tratamento é individual, não existe uma estimativa geral para o número de sessões necessárias, e os resultados podem variar. O laser tem mais afinidade com a tinta preta, e manchas coloridas tendem a perdurar mesmo após o fim do tratamento.
Quando o medo da dor do laser é um impedimento, alguns preferem cobrir a tatuagem antiga com um novo desenho. A técnica envolve posicionar uma tatuagem maior e mais escura em cima da primeira para ocultá-la. Também é possível clarear a tatuagem indesejada com uma cobertura de tinta branca, mas tatuadores alertam que o método não é tão eficaz.
Para algumas pessoas, remover ou cobrir uma tatuagem indesejada pode significar um resgate da autoestima. O mais importante é gostar do próprio visual com as artes que escolheu marcar na pele.
COLABORADORES: Ana Beatriz Gontijo e Luiza Bottan
Vende-se tempo
 
Por Duda Ventura e Lorraine Moreira
 
Antes, bastava ligar a televisão, olhar para algum outdoor ou folhear um editorial de revista. Não era fácil evitar o bombardeamento de cabelos escovados, corpos esculturais e bocas cada vez maiores e mais rosadas. Sempre esteve no espelho do olhar das pessoas. Mas tudo piorou com o celular.
Eles sabem quem eu sou. Sabem da minha idade, meus horários, o que angariará minha curtida. Sabem das minhas inseguranças, muitas vezes antes de mim. Por isso, não foi surpresa quando fui tomada por uma enxurrada de propaganda de produtos de beleza, tudo em uma espécie de mercado velado. Eles vendem como se fosse simples: basta alguns passos de skincare, centenas de malabarismos no cartão de crédito para contratar aquele cirurgião maravilhoso e muita vontade de aprender truques de rejuvenecimento. Rugas, manchas e todos os defeitos podem ir embora com os milhares “anti” que aparecem em minha tela: anti-sinais, anti-marcas, anti-escurecimento, anti-flacidez… Sinto que todos são sinônimos para “anti-velhas”.
Como toda modelo que cresceu sendo considerada bonita, sempre escutei que a beleza um dia ia acabar. Lá pelos 25 anos, quando a pele começou a ficar madura, senti as primeiras diferenças. Aos 40, entendi que era o adeus. Nada, desde então, foi suficiente para retornar a aparência jovem ‒ embora os comerciais permaneçam mostrando peles impecáveis de idosas cheias de edições supostamente felizes com sua aparência.
Com as mulheres vivendo cada vez mais ‒ a expectativa mundial para o sexo feminino é de 80,5 anos ‒, é natural que as empresas tenham se voltado para nós com todos esses cosméticos e até nos feito acreditar que temos milhares de defeitos horrendos para comprar mais e mais. A moeda, eu sei, é a autoestima. E os produtos são cada vez mais específicos e se vendem rapidamente: no Brasil, conhecemos bem essa lógica, sendo o país com o quarto maior mercado de beleza e o que mais faz cirurgias plásticas no mundo.
Me amar é um desafio quando para cada marca em meu rosto há um milagre em pote sendo divulgado. Tempo, de vida, nesse caso, é dinheiro. Eles nos dizem que ter rugas é belo, mas criam centenas de cosméticos para esconder cada uma. Eu ainda sinto na pele os padrões dos quais não faço parte. Nunca mais vou fazer. Me resta enaltecer a beleza de minhas filhas e netas. Com elas, me pergunto quantas gerações evitarão olhar ao redor, evitarão os olhares, com medo de escutar que a beleza não existe mais. Escutando minha filha dizer que tem medo de envelhecer, medo de se enxergar no espelho, me arrisco a dizer que muitas.
Agora faz sentido
 
Por Isabella Oliveira e Júlia Castanha
 
“Fiquei emocionado e com vontade de chorar tanto com o diagnóstico dos meus filhos quanto com o meu. Mas, essa foi apenas uma reação de momento, porque na verdade foi libertador. Fez com que eu e minha família soubéssemos como agir de agora em diante.”
O depoimento acima é de Ronaldo Duarte, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos 40 anos. Ele conta que, à medida que acompanhava seus filhos gêmeos em especialistas, começou a lembrar de sua infância e adolescência e percebeu que também tinha características semelhantes às do transtorno.
O professor diz que em alguns momentos do trabalho apresentou crises de ansiedade e irritação por se sentir sobrecarregado. Ele lembra que mudanças na rotina o deixavam desorientado, desorganizado e perdido.
A história de Ronaldo se repete com certa frequência ao falarmos de pessoas que descobrem-se autistas durante a vida adulta. Na maioria dos casos, a descoberta tardia acontece porque o TEA se manifesta de forma leve (grau um de três) sendo mais evidente em situações de interação e comunicação social, por exemplo, ao ter dificuldade para entender metáforas e piadas, desconforto com demonstrações de afeto, apreço por rotinas, hiperfoco e maior sensibilidade.
Segundo o Center of Diseases Control and Prevention dos Estados Unidos, 1 a cada 110 pessoas no mundo estão no espectro. Desse modo, estima-se que no Brasil haja cerca de 2 milhões de autistas. Por isso, em 2022, o IBGE incluiu uma pergunta sobre o transtorno no Censo Demográfico. Os resultados ainda não foram divulgados até a publicação desta matéria (28/06/2023).
Assim como Ronaldo, Adriana Czelusniak também passou a desconfiar após receber o laudo do filho, em 2008. Em contrapartida, ela pensava que aquelas características, por serem muito brandas, não eram de autismo. Apenas em 2020 ela foi atrás de respostas após começar a conviver com mais adultos autistas. A jornalista, então, se enxergou neles e descobriu aos 38 anos que pertencia ao espectro.
Esse diagnóstico é feito por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, psicólogos e terapeutas. São analisados o histórico de neurodesenvolvimento e os resultados de uma avaliação neuropsicológica, que aponta as habilidades cognitivas do paciente: como funciona sua memória, linguagem, percepção visual e auditiva, e o nível de inteligência por meio do teste de QI, explica Joana Portolese, psiquiatra do Hospital das Clínicas.
No entanto, há quem nunca tenha desconfiado de estar dentro do espectro. Esse é o caso de Camila Gregorio, 29, que teve um processo de investigação diferente. Primeiro recebeu o laudo de TDAH do psiquiatra e uma recomendação para realizar uma avaliação neuropsicológica em que foram apontados traços de autismo. Em seguida, procurou uma psicóloga e fez uma nova avaliação, desta vez focada no TEA. Para sua surpresa: grau um no transtorno.
A base das intervenções com os adultos é a terapia cognitivo comportamental feita pelo psicólogo. Esses adultos também podem ter algumas alterações sensoriais e com isso há o trabalho da terapeuta ocupacional, afirma Joana.
Apesar da surpresa com o diagnóstico, o processo de aceitação foi positivo para todos. Descobrir que aquelas marcas que eram questionadas e incompreendidas, na verdade, fazem parte de um transtorno de neurodesenvolvimento.
Giulia Marotti, psicóloga especializada no tratamento de pessoas com autismo, explica que esse processo costuma ser tranquilizador, pois a notícia ajuda a dar sentido e esperança para o paciente: é uma possibilidade de tratamento que o auxilia a aprimorar as habilidades e lidar com as barreiras.
Quem é herói?
 
Por Matheus Nistal e Renato Brocchi
 
Nem todos os parabéns são bem-vindos.
Passar no vestibular, conseguir uma namorada e atravessar a rua sozinho. É por coisas assim que Jairo Marques já recebeu efusivos parabéns. As congratulações vêm por causa de uma condição corporal: Jairo é cadeirante desde pequeno.
Ele é uma das 17,3 milhões de pessoas no Brasil que têm algum tipo de deficiência, o que corresponde a 8,4% da população, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE realizada em 2019. Muitos dos pequenos feitos cotidianos dessa população tornam-se, aos olhos incautos, realizações magnânimas: “Não sabia que um cadeirante conseguia tudo isso!”.
O mesmo fenômeno acontece nas redes sociais. É difícil encontrar um post sobre alguém com deficiência que não tenha um comentário sobre o “heroísmo”. Alguém pode se perguntar: “Qual o problema disso? Estou só fazendo um elogio…”. A questão é que, por trás de falas como essa, há um pensamento capacitista.
Isso não significa que não haja desafios ou adaptações necessárias no dia a dia dessas pessoas. Se, por um lado, a medicina incorpora tratamentos e instrumentos cada vez mais avançados — como próteses em fibra de carbono, mãos biônicas e joelhos controlados por eletromagnetismo —, por outro, o tratamento social dado às pessoas com deficiências parece parado no tempo.
A questão é analisada pelo “modelo social da deficiência”, como explica a antropóloga Debora Diniz. Essa escola de pensamento analisa como a pouca imaginação da sociedade acaba por criar as adversidades vivenciadas pelas pessoas com deficiências. Os poucos ajustes da vida social para acomodar os corpos que não são do “tipo funcional ideal e normal”, a chamada acessibilidade, não acontecem como deveriam.
Ou seja: o problema não são os corpos dos outros — com deficiências ou sem —, mas sim nossas pífias maneiras de incluir a todos na sociedade. Dessa forma, apresentar a vida de pessoas com deficiências como simples história de superação é um “alívio na consciência”: “Quando eu considero o outro um herói, eu me livro de uma sensação de ser uma pessoa que não pratica inclusão devidamente”, explica Jairo.
Colunista sobre questões de pessoas com deficiência há mais de dez anos, Jairo salienta que não há “modelos” nem “heróis”: há pessoas que gostariam de se ver mais bem representadas na sociedade. “Cada um tem sua vida, sua realidade, seus caminhos”, lembra ele. E as marcas no corpo —quaisquer que sejam— não deveriam rotular nem limitar.
Colaborador José André Carvalho, protesista e ortesista
Além da pele
 
Por João Pedro Barreto e Regis Ramos
 
O ser humano tem uma capacidade de regeneração um tanto limitada. Basta um corte mais profundo, a exposição a temperaturas altas, uma pancada forte demais, e estaremos marcados pro resto de nossas vidas. Quem dera fôssemos como uma estrela do mar, por exemplo, que ainda que perca uma perna ou outra, consegue se regenerar sem deixar resquícios do sofrimento que passou. Mas, ao contrário delas, nós somos habituados a carregar marcas. De todos os tipos, tamanhos e com variadas histórias.
Giulia Dias, tem 25 anos e, atualmente, é modelo profissional, mas, aos 9, sofreu um grave acidente de carro e carrega consigo uma marca que atravessa seu rosto inteiro. Gi Charaba, 36, também modelo e criadora de conteúdo, descobriu um câncer de mama aos 29 anos, no auge da sua carreira, tendo que passar por uma cirurgia de remoção do seio esquerdo. A cirurgia está lá, marcada em seu corpo até hoje.
Nenhum ser humano está preparado para receber o impacto de eventos tão extremos, como os vividos por Giulia e Charaba. Por isso, esses episódios atípicos da vida são tidos pela psicologia como situações traumáticas. Segundo Christian Haag Kristensen, psicólogo e docente em Psicologia na PUCRS, em média 70% dos humanos passam por fatos traumáticos na vida, e uma porcentagem desses acabam desenvolvendo traumas a partir desses acontecimentos.
É a forma com que reagimos após as situações e o significado que damos a elas que define o que será para nós dali em diante. Giulia conta que nunca viu sua cicatriz de forma negativa. “Olhando meu rosto pela primeira vez após o acidente, aceitei tudo muito rápido e pensei: é isso, tenho uma cicatriz, vamos viver.”
Aos 12 anos, Giulia foi levada por sua mãe a um cirurgião para analisar a possibilidade da remoção de sua marca. Ela não sabia do objetivo da consulta e conta que recusou a proposta.
Por outro lado, Charaba passou por um processo mais duro e, inclusive, já fez procedimentos para amenizar sua cicatriz. “Me doeu muito na primeira vez que eu vi meu corpo depois da cirurgia, dói ainda. Mas eu sobrevivi, estou viva. Me pus de pé, vi que estava tudo bem, são só cicatrizes. E segui”.
O cirurgião plástico, Alexandre Meira, conta que esse tipo de tratamento visa melhorar a pele do ponto de vista estético e funcional, mas não só isso. Para ele, a função do médico é, além de cuidar da marca no corpo, tentar amenizar a ferida da alma.
Kristensen explica que a memória de situações geradoras de traumas podem influenciar os sentimentos de uma pessoa ainda que muitos anos depois do ocorrido. É como se os sentimentos daquele momento fossem transportados para os dias atuais. Para pôr esse evento em seu devido lugar, no passado, é preciso rever o significado de sua marca.
Urupá: terra sem fim
 
Por Carolina Borin e Emilly Gondim
 
Talvez o sonho de sua mãe ou avô fosse ganhar dinheiro suficiente para comprar um terreno no interior. É de fato importante ter onde morar, um lugar acolhedor, uma conquista. Uma propriedade em que se tem rentabilidade e garante uma posição social. Porém, para os povos indígenas, essa lógica capitalista e de propriedade não se aplica à terra.
A terra é algo sagrado para os povos originários, uma marca. A comunidade e a natureza são um só. “O nosso criador fez a terra para a gente se nutrir dela, para se abençoar dela, para mantê-la fortalecida e se fortalecer com ela”. É o que conta Karaí Mirim Guarani, do povo Guarani, secretário geral da União Plurinacional dos Estudantes Indígenas.
A interação com a terra baseia-se no coletivismo e na cosmovisão, que vê a natureza como algo coletivo e na qual o ser se integra. Nas comunidades que se mantêm nas florestas, o responsável pela caça partilha o alimento. Para entrar na mata ou para se alimentar dos frutos, é necessária uma permissão espiritual desse ente maior, a própria natureza.
Essa relação impacta também na preservação das terras. Estudos científicos comprovam que, comparado às áreas privadas, as terras indígenas têm, nos últimos 30 anos, uma perda de vegetação menor. Nelas, também é maior a capacidade de absorção de poluentes pela vegetação.“Quando a gente fala em proteger a terra, falamos de proteger nosso espírito e o nosso corpo, porque sem a terra a gente não é nada”, pontua Karaí.
Numa perspectiva oposta, está a lógica do capital. Enquanto os povos indígenas enxergam a terra como parte de seu próprio corpo; grandes latifundiários, o agronegócio e a mineração enxergam o território como uma possibilidade de lucrar ainda mais, explorando e degradando.
Esses grupos defendem o Projeto de Lei (PL) 490/2007, conhecido como Marco Temporal, que propõe a demarcação de terras apenas para aquelas ocupadas no dia da promulgação da Constituição de 1988. Em junho de 2023, o PL está em tramitação no Senado Federal. “Ele tritura a história anulando tudo que ficou para trás, todas as mortes, todos os crimes e rotula os indígenas como invasores”, diz Marcos Subaru, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
Chirley Pankará compõe a equipe do Ministério dos Povos Indígenas e afirma: “O Marco Temporal transforma o que é sagrado, cosmológico e memória em capitalismo”. A mesma terra que é alvo de conflitos políticos carrega o sangue dos antepassados que reivindicaram o direito de estar e ser nesse território.
O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.