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A cidade cresce pro alto

 

Por Carolina Monteiro

 

 

Quando se trata de verticalização urbana, essa ideia muitas vezes tem uma conotação ruim, algo que transforma a arquitetura da cidade, constrói prédios modernos no lugar de construções antigas e limita a vista do horizonte. Isso além de aumentar o trânsito em toda a região: como explica o gestor de trânsito da CET, João Cucci Neto, quanto mais prédios, mais moradores em um mesmo local, fazendo um número exponencialmente maior de viagens todos os dias. Atrelado a uma situação precária de transporte público, que não é suficiente para atender a toda a demanda, o trânsito de veículos particulares só pode aumentar.

 

A cidade de São Paulo tem atualmente cerca de 12 milhões de habitantes, 1 milhão a mais em relação ao último censo do IBGE, realizado em 2010. Isso não é pouca coisa: existem mais pessoas morando aqui do que em países inteiros, como Portugal, que tem aproximadamente 10 milhões de habitantes. E isso falando somente do município: se considerarmos toda a região metropolitana, o número de habitantes sobe para 21 milhões de pessoas.

 

De acordo com o arquiteto Rafael Sorrigoto, a verticalização é o caminho ideal da urbanização em uma cidade de proporções de metrópole como São Paulo. Ainda mais quando se fala em aumento de potencial construtivo e verticalização de áreas já abastecidas por sistemas de transporte público, vias de acesso rápido, sistemas de saúde, educação e lazer.

 

Assim, o que está crescendo bastante no mercado imobiliário atualmente é a construção de apartamentos cada vez menores, chegando a 10m2. Essa é uma tendência de cidades com alto grau de desenvolvimento como Nova York, Tóquio e Londres. A dinâmica da vida urbana tem, para algumas pessoas, a moradia apenas como dormitório. Os apartamentos de área reduzidas vem para atender a essa demanda. E outra também, muito crescente: a locação de curta temporada.

 

Culturalmente, o brasileiro ainda não está acostumado com esse tipo de moradia como os japoneses. Além disso, morar em espaços tão pequenos cria a necessidade de investir em móveis planejados que se encaixem perfeitamente no espaço, o que também não é barato.

 

Entretanto, em uma cidade com densidade demográfica de mais de 7 mil habitantes por km2, em que a procura por moradia faz os preços aumentarem em regiões centrais, essa é a alternativa. Existem imóveis historicamente importantes na cidade, assim como praças públicas, e áreas verdes responsáveis por balancear a qualidade do ar. Mas não há como impedir o crescimento da cidade. A questão é controlar a forma com a qual isso é feito: é necessário um planejamento cuidadoso, que siga o plano diretor da cidade e respeite as vias de trânsito.

 

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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