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Saborear é sair da monotonia

 

Por Luisa Costa

 

Arte: Adrielly Marcelino e Jorge Fofano



Comer não se trata de ingerir um pacotinho de energia: é uma experiência sensorial que pode (e deve) fazer bem para o corpo e para a mente. Mas isso pode ser difícil para quem fica sempre com os mesmos sabores e texturas.

As causas para o comportamento alimentar podem ser até genéticas. Pais com neofobia alimentar podem passar para frente essa aversão, e variações do gene TAS2R38 podem fazer com que alguém sinta com mais intensidade os sabores amargos – e, torcendo o nariz para eles, mantenha uma dieta mais limitada.

Este sabor é mais rejeitado por questões evolutivas: para fugir de substâncias tóxicas, nossos ancestrais desenvolveram uma aversão inata por sabores amargos e texturas irritantes, e uma preferência por sabores doces e texturas gordurosas. Por isso é tão comum encontrar quem não goste de vegetais e alimentos amargos no geral.

Mas há quem fique na monotonia alimentar por outra questão: o próprio acesso à comida. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Fome e a Agricultura, hoje três em cada dez brasileiros sofrem com algum nível de insegurança alimentar – desde não ter certeza sobre a capacidade de conseguir comida a passar fome por dias. Aí, diversificar a dieta, claro, não é uma possibilidade.

Acontece que, para comer bem, é importante comer de tudo e seguir a clássica recomendação dos nutricionistas de montar pratos coloridos. A monotonia alimentar traz perdas para o prazer envolvido nas refeições e para o bem estar do corpo: dietas limitadas (pela aversão ou pela falta de acesso) podem contribuir para carências ou excessos nutricionais – quando relacionada, por exemplo, ao consumo de alimentos hipercalóricos, ricos em açúcares e gorduras.

Colaboraram:
Camila Garcia, especialista em Saúde e Nutrição Infantil pela Unifesp;
Helena Previato, doutora em Alimentos e Nutrição pela Unicamp;
Livro Ciência do Comportamento Alimentar, editora Manole, 2021.

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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