Você sabia que para alguns animais a audição é mais importante que a visão? Escuta só algumas curiosidades sobre a capacidade auditiva e o uso e percepção do som no reino animal:
Por que as aves cantam?
Se entre os humanos é comum cantar para expressar os sentimentos, não podemos dizer o mesmo das aves. Na verdade, esses animais cantam principalmente na época da reprodução. Isso significa que, quando você ouve um passarinho cantando por aí, ele não está demonstrando felicidade – mas pode ser que encontremos alguns ovinhos no ninho da próxima vez.
Percepção da música
Estudos já demonstraram que macacos são capazes de reconhecer notas musicais. Isso significa que eles conseguiram reconhecer, por exemplo, um “lá” mais grave e um “lá” mais agudo como o mesmo som, indicando uma percepção da música. Outras pesquisas também já mostraram que até peixinhos dourados conseguem diferenciar músicas. Depois de treinados para reagirem ao estímulo de peças de Bach e Stravinsky, eles demonstraram conseguir diferenciá-las, mostrando a capacidade de perceber sons complexos.
Enxergando com os ouvidos
Alguns animais são capazes de determinar a distância de objetos, assim como sua forma e dimensão, a partir da emissão de sons de alta frequência e a captação do seu eco – é a chamada ecolocalização. Esse recurso permite que os morcegos, por exemplo, “enxerguem” muito bem mesmo na escuridão da noite (e usando os ouvidos!).
Fala que eu (não) te escuto
Se animais de diferentes espécies tivessem uma linguagem em comum, ainda assim alguns deles não poderiam bater um papo. O elefante e o morcego são um bom exemplo disso. Enquanto o elefante emite frequências bem baixas (em torno de 10Hz) e capta até cerca de 10.000Hz, os morcegos escutam acima de 1.000Hz e emitem frequências altas, de mais de 10.000Hz até 120.000Hz. Essas diferenças fazem parte da adaptação dos animais ao ambiente – e é por isso que não podemos dizer que um animal “ouve” melhor que o outro.
A frequência é uma das características do som. Ela corresponde à quantidade de ciclos completos da onda num período de um segundo. Cada ser vivo consegue ouvir uma determinada faixa de frequências: no caso do ser humano, esse valor fica entre 20Hz e 20.000Hz. Os valores mais baixos indicam sons mais graves e, os mais altos, os mais agudos.
Fonte: entrevista com o biólogo Felipe Viegas Rodrigues, especialista em Neurofisiologia.