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Movido pelo risco

 

Por Rafael Oliveira

 

Não é incomum encontrar alguém que comece a praticar um esporte por recomendação médica, por lazer ou por buscar convivência social em algum grau. Mas há, também, quem procure algo mais. Um frio na barriga; a anormal e prazerosa aceleração dos batimentos cardíacos; uma sensação incomum; a liberdade, de alguma forma.

A infinidade de esportes que vêm acompanhados do adjetivo “radical” costumam se encaixar nessas definições. Para além da endorfina típica de qualquer prática esportiva, se aventurar em um esporte radical é ter a certeza de alcançar sensações que sobrepõem os limites da vida cotidiana, quase que em um humilde desafio à morte.

Maurício Mancuzi não mais sabe precisar com exatidão o que o incentivou a buscar o paraquedismo antes mesmo de se tornar maior de idade. É capaz de afirmar com boa dose de certeza, porém, os motivos que o fizeram continuar. “Quando você é jovem não liga muito para o perigo, na verdade é ele que te motiva a continuar. É o frio na barriga a cada salto. A emoção da decolagem. Cada salto é diferente, são sempre novos desafios e como dizemos: ‘O próximo salto é sempre o melhor!’”, explica paraquedista natural de Santos, mas que hoje reside em Boituva, “capital” da prática no Brasil. “Além disso, tantos sentimentos bons envolvidos no planejamento de um fim de semana de saltos, a viagem, os amigos, estar na área de salto, faz com que você deixe a rotina de lado e também me motivam a continuar saltando”, acrescenta.

Mais do que apenas o flerte com o risco e a euforia espalhada na corrente sanguínea, a liberdade que o esporte proporciona vem da quebra da rotina, do incomum, de um certo encontro consigo mesmo. Para o instrutor e praticante de snowboarding Nicolas Isel, o esporte ocupa justamente esse espaço. “Eu não faço a menor ideia de onde o desejo vem, mas é fantástico fazer isso. Eu me sinto livre fazendo snowboard, me sinto cheio de vida. É como um pequeno momento na minha própria bolha, recarregando minhas energias e vivendo a minha própria realidade, de um jeito que as pessoas não costumam ver”, completa o francês que dá aulas na Suíça.

 

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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