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Pula buracos

 

Por Ana Paula Machado

 

 
foto matéria Ana
 
Você já deve ter se perguntado se não era melhor seguir caminho pela rua ao invés de andar pela calçada. De árvores, postes, lixeiras e guaritas a buracos, desníveis e degraus, as calçadas de São Paulo parecem oferecer uma prova de obstáculos para desafiar ainda mais o dia a dia do paulistano. Curioso é pensar que, em muitos casos, somos nós mesmos os desafiantes. Com exceção daquelas em vias estruturais e rotas estratégicas denominadas pela Prefeitura, as calçadas são de responsabilidade dos proprietários dos imóveis ou de seus usuários. Isso significa que deveríamos mantê-las adequadas e estáveis, e, para isso, seguir algumas normas, como manter livre uma largura minima de 1,20 m para a circulação de pedestres e admitir inclinação transversal máxima de 3% em relação à rua. Métricas à parte, o bom senso na escolha do piso – que seja antiderrapante, por exemplo – e a priorização de um trajeto reto no lugar de uma rampa que facilite o acesso do carro à garagem já seriam meio caminho andado.
 
Para quem escolhe a rua como rota, é a vez da Prefeitura desafiar os paulistanos com buracos, desníveis, ondulações, tampas de bueiros afundadas e sinalização precária. Para quem passa motorizado, o prejuízo é para o veículo e consequentemente para o bolso, com gastos na manutenção de pneus e amortecedores. Pode levar-se em conta a quantidade de carros circulando, as altas temperaturas e a grande quantidade de chuvas, mas a má qualidade do cimento – que é mais barato – é peça chave para que o pavimento se deteriore e que a rua necessite de recapeamento constante. Em 2013 (último dado atualizado no portal da Prefeitura), o governo diz ter investido R$ 36,6 milhões no recapeamento de cerca de 550 mil metros quadrados de vias, o que corresponde a mais de 1% da receita do município naquele ano e mais de 6% do montante arrecadado com o IPVA do estado paulista. No entanto, esse valor é referente apenas à primeira etapa do plano de 2013, que recapeou um total de 2.342.120,50 metros quadrados de vias na cidade. Isso sem falar nas operações “tapa buraco”, que a Prefeitura diz serem complementares aos serviços de recapeamento. Só em 2015, a média mensal foi de mais de 27 mil buracos tapados. Investimento, material e serviço não faltam. Mas a população segue pulando buracos.
 

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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