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torcida que não cabe no peito

 

Por Aldrey Olegario e Vinicius Machuca

 


O futebol é um esporte que une um coletivo pela emoção. No caso da torcida por times locais essa vibração pode ser ainda mais única. Conheça mais sobre pequenos times, grandes paixões na videorreportagem de Aldrey Olegario e Vinícius Machuca.

Repetida(mente)

 

Por Ligia Andrade e Thaislane Xavier

 

Antes de colocar a venda sobre os olhos, Vicenzo Cecchini, que se tornou recordista mundial de Cubo Mágico aos 13 anos, se concentra. Na sua frente, um cubo de seis faces: cada uma delas é dividida em nove partes, todas pintadas com uma cor diferente, prontas para serem desembaralhadas. No pouco tempo que tem para memorizar o lugar em que as cores estão, cria histórias para cada uma das peças, nomeando-as com letras que formarão palavras quando não conseguir mais enxergar. Assim que é vendado, leva cerca de apenas dois minutos para conseguir decifrar o cubo.

No total, um Cubo Mágico oferece mais de 43 quintilhões de possibilidades de combinação, mas os dedos de Vicenzo parecem ignorar a matemática. Segundo o recordista, o segredo é decorar as etapas propostas por determinados algoritmos, que definem sequências de regras a serem seguidas para decifrar o quebra-cabeça tridimensional, e então repeti-las até se tornarem instintivas: “Enquanto eu decoro, meu dedo já vai sabendo o que fazer”.

 

Embora possa parecer que Vicenzo Cecchini possui uma memória acima da média e, portanto, consiga aplicar sua habilidade de memorização em outras partes de sua vida, isso não é, necessariamente, verdade. Gilberto Fernando Xavier, neurocientista e professor de fisiologia do Instituto de Biociências da USP, explica que a memorização de certas habilidades ocorre por mecanismos distintos da memorização de certos momentos. 

 

No primeiro, o que importa é a repetição de movimentos, enquanto que, no segundo, a ativação de circuitos facilitados do sistema nervoso, responsáveis pela captação de informação e por sua lembrança, ocorre por diversos fatores, como carga emocional e importância do evento. “Se você perguntar para uma pessoa que pratica um esporte como ela faz para que seus dedos façam determinado movimento, ela não saberá explicar direito. Diferente de uma memória autobiográfica, em que a pessoa é capaz de fazer um relato verbal do ocorrido, a experiência percepto-motora só é capaz de ser demonstrada através da execução”.

 

 Trabalhar a chamada memória de trabalho, responsável por nossa capacidade de guardar mentalmente as informações em curtos períodos de tempo, é fundamental para o atleta. É precisamente isso que faz com que Vicenzo seja capaz de quebrar recordes. Após decorar as cores, seu cérebro começa a processar as informações necessárias para resolver o cubo, mas sem esquecer a ordem inicial do que se encontrava a sua frente. Quanto mais ele repete a ação, mais intuitivo se torna colocar todas as cores do cubo em ordem. 

 

Ainda assim, ele precisa se concentrar, por quê? Bem, a memória de trabalho possui alguns limites, entre eles a distração: “Um pensamento surge, uma interrupção como um telefone tocando ou alguém falando por perto, pode ser suficiente para desviar a atenção do conteúdo da memória de trabalho de modo que o seu conteúdo é rapidamente perdido”, explica Emílio Takase, especialista em neurociência aplicada ao esporte.  Por isso, campeonatos como os de tênis, golfe, xadrez e cubo-mágico exigem silêncio tanto de quem assiste quanto dos que competem.

Em suas marcas… preparar… vai!

 

Por Diogo Magri

 

Seja para limitar o tempo de um jogo ou eternizar uma marca histórica, o tempo está presente em todos os esportes. Abaixo, algumas curiosidades que relacionam cronômetros, acréscimos e recordes.

 

Por que 90 minutos?

Quando o primeiro código de regras de futebol foi oficializado, em 1863, o tempo das partidas não era determinado. Normalmente, eram dois tempos de até 1h cada – a duração, no entanto era considerada cansativa demais para atletas e público. A primeira vez que dois times concordaram em jogar dois tempos de 45 minutos, com 15min de intervalo entre eles, foi em 1866.

 

O futebol apresenta peculiaridades em sua cronometragem em relação ao basquete e ao handebol, por exemplo. A maior delas se chama acréscimo. Como o relógio do futebol não para quando a bola sai do campo de jogo, o árbitro fica encarregado de repor esse período de jogo parado ao final de cada tempo, para cumprir uma justiça com o público e com os jogadores – tal medida é usada desde 1892.

 

Basquete: tempo na FIBA vs tempo na NBA

 

Já imaginou um mesmo esporte ter a duração de seu jogo alterada de acordo com a competição? É esse o caso do basquete. Quando o jogo é organizado pela FIBA (Federação Internacional de Basquete), são 4 tempos de 10 minutos. Já na NBA, a liga profissional de basquete americano, a partida dura 4 períodos de 12 minutos. A mudança tem um propósito comercial, já que o objetivo da NBA é financeiro. Quartos (nome dos períodos) mais longos proporcionam mais tempos técnicos, mais espaço para publicidade, mais tempo do torcedor no ginásio e mais audiência via TV.

 

Competindo contra o tempo

 

Por outro lado, em esportes como a corrida, o tempo é o principal adversário do atleta; ganha quem completar a prova em menos segundos. Você deve conhecer Usain Bolt: o jamaicano, em 2009, correu 100m em 9s58 no Mundial de Atletismo em Berlim, se tornando o homem mais rápido do mundo. Quem você não conhece, entretanto, é o ganês Ferdie Ato Adoboe, que correu os mesmos 100m de Bolt em 13s6 em 1991. A diferença? Bom, Adoboe correu de costas e tem o recorde mundial nesta “modalidade”.

 

Dentro d’água

 

Na luta para estar um milésimo a frente de seu adversário, a natação se assemelha à corrida. Porém, a água não é o habitat natural do homem, ao contrário do tubarões; a espécie mais rápida entre eles, o tubarão-mako, nada a 56 km/h. E ele nem é o peixe mais rápido – o marlim-preto, o mais veloz de todos, chega a 129 km/h. Michael Phelps, dono de 23 medalhas de ouro em Olimpíadas, faz 100m nadando borboleta em 50s58. Cesar Cielo, recordista mundial dos 100m livre, tem o tempo de 46s91. O tubarão-mako faria os mesmos 100m em 7 segundos. O marlim-preto, em 2,8 segundos.

 

Colaboraram:

Celso Unzelte, jornalista esportivo e professor

Fabio Balassiano, jornalista esportivo do Blog Bala na Cesta

 


Fontes:

Guinness World Records

BBC Science

Confederação Brasileira de Basquete

www.olympic.org

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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