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O fim está [sempre] próximo

 

Por Carolina Marins

 

Em milhões de anos de existência da humanidade, a sociedade, a ciência e a tecnologia evoluiu de uma forma que constantemente nos perguntamos: onde iremos parar? Sem saber o que reserva o futuro, o ser humano procura possíveis sinais do seu fim. A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, o crescimento do extremismo político, aprovação do casamento gay, podem parecer presságios de que “o fim está próximo” para alguns, tão próximo quanto esteve há milhares de anos. Segundo João Paulo Pimenta, historiador pela Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, a espera pelo fim dos tempos surgiu junto com a religião. “Durante séculos a humanidade se pergunta qual o seu rumo e dentro dessa questão a ideia de fim do mundo surgiu de forma espontânea”, explica. Nossa atual visão de que o fim do mundo será trágico está diretamente relacionada com a maneira como enxergamos o tempo. As primeiras teorias sobre o fim não eram tão negativas como as atuais. As religiões antigas possuíam uma concepção cíclica do tempo, ou seja, tudo tinha um começo, um fim e um recomeço, que se repetiria eternamente. O hinduísmo é um exemplo de religião cujo tempo é cíclico. A ideia linear do tempo, portanto, começo, meio e fim, surgiu na Pérsia, entre os séculos X e V a.C. no Mazdaísmo, que acreditava que o oceano seria coberto por lava e metal, onde só os justos atravessariam. É dessa visão do tempo e do fim que surge o conceito do Juízo Final, presente no cristianismo, judaísmo e islamismo. O apocalipse seria uma forma de purificar o mundo das maldades da humanidade. A partir do momento que o tempo passa a ser linear, o fim torna-se o final absoluto, sem recomeços. O futuro, então, se torna incerto e, portanto, amedrontador. Dessa forma, as antigas teorias sobre o fim dos tempos ganham um novo contexto, muito mais catastrófico. Nasce a ideia de que o fim será sanguinário, sofrido e em massa. Ainda há uma forte presença da moral em teorias religiosas, como as evangélicas, de que os pecadores irão sofrer. Porém, o apelo atual está muito mais ligado à desastres naturais, humanos e astronômicos, como o aquecimento global, uma guerra nuclear ou a morte do Sol, cuja verossimilhança científica convence. Segundo Pimenta, enquanto o futuro for um mistério, especulações sobre o fim irão existir, com teorias semelhantes às antigas. Enquanto isso, continuaremos nos perguntando, sendo alimentados por centenas de obras de ficção-científica: quando e como será o “próximo” fim do mundo?

 

Fontes: ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. Martins Fontes, Rio de Janeiro – 2012

Filmes: “2012”; “Interestelar”; “Núcleo – missão ao centro da Terra”; “O dia depois de amanhã”; “Independence Day”; “Armageddon”; “Contágio”; “Impacto Profundo”

Páginas online: http://bit.ly/2iGWjPl

Em caso de fim do mundo, quebre o vidro e aperte o botão de emergência!

 

Por Quefren de Moura

 

 

Breve manual para apocalipses, armagedons e fins do mundo em geral

 

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Você certamente já foi alertado por algum outdoor, profeta ou programa de televisão de que “o fim está próximo”. Há quem diga que o mundo vai acabar, queiramos ou não. Apesar dessas previsões — e de um pouco de histeria fatalismo por parte de algumas pessoas —, a ansiedade pelo fim do mundo ou por um apocalipse iminente sempre existiu ao longo da história das civilizações, gerando crenças e mitos em diferentes culturas. Ou seja, essa é uma preocupação antiga! Mas, e se acontecer mesmo um cataclisma? Uma pandemia? Uma guerra nuclear? Uma invasão de zumbis? Você estaria preparado? Grupos de pessoas ao redor do mundo, chamadas de “preppers” ou “doomsday preppers”, vêm investindo tempo e dinheiro no desenvolvimento de técnicas e recursos para sobreviver a um provável “fim do mundo”. Juntamos aqui dicas dessas pessoas, projeções apocalípticas e nossas próprias pirações ideias para ajudar você a pensar e a se preparar para situações extremas!

 

Em caso de desastres naturais, como terremotos ou tsunamis…

… não entre em pânico nem saia por aí saqueando supermercados, como nos filmes. Isso só aumentaria o caos. Invista desde já em estocar comida, utensílios e água potável. Aprender a conservar alimentos pode ser uma boa também. E não se esqueça de armazenar objetos essenciais, como comprimidos de purificação de água e fósforos impermeáveis (sim, isso existe, e você pode fazer em casa!).

 

Na hipótese de uma explosão nuclear…

… construa um abrigo. Considere que você deverá ficar nele por alguns dias. Aproveite para preparar um depósito de suprimentos para suas necessidades nesse período. E tenha equipamentos de comunicação. Um amigo que o ajude e embarque nessa com você seria muito útil para servir de alimento, caso necessário lhe fazer companhia.

 

E em caso de uma pandemia, vírus mortal ou guerra biológica?

Fique atento a alertas da OMS e ameaças em geral. Se um agente biológico se espalhar, vire um eremita proteja suas vias respiratórias, evite aglomerações e fuja das grandes cidades. Tenha uma caixa de medicamentos essenciais e tome suas vacinas. Melhor prevenir…

 

No caso de superaquecimento…

… significa que os astecas estavam certos e o sol vai explodir! Ou não. Ok. De qualquer modo, isso provavelmente implicará temperaturas altíssimas e toxicidade. Prepare-se para se esconder dentro da terra ou em abrigos aquáticos por um bom tempo. Talvez morar perto de geleiras traga algum benefício, não?

 

No caso de uma guerra entre seres espirituais, Armagedon ou Ragnarok…

… primeiro, não deixe ninguém marcar você com o 666. Resista. Já se os deuses nórdicos começarem a batalhar na Terra, e você não quiser levar a pior, se fingir de morto é uma opção. Quando tudo estiver tranquilo, levante e vá viver no mundo pós-apocalíptico (ou no que sobrar dele).

 

Em caso de uma rebelião das máquinas…

… não adiantará tentar dar curto-circuito, jogar água, tirar da tomada e outras manobras elementares. Você precisará ser bastante perspicaz. Trate de aprender tudo sobre programação e invista num ataque indireto, hackeando a máquina ou criando um vírus. Se tudo der errado e elas forem indestrutíveis, fuja para a selva ou uma ilha deserta. Máquinas e natureza simplesmente não combinam.

 

No caso de um apocalipse zumbi…

… separamos duas dicas superimportantes. A primeira é: aprenda a correr. Treine e ganhe resistência. Zumbis tradicionalmente são lentos. Mas, se por azar os zumbis do seu apocalipse forem atléticos, a segunda dica é: finja ser um zumbi também. Misture-se à multidão e se comporte como ela. Evite ser descoberto. Uma boa maquiagem e
técnicas teatrais podem ser úteis.

 

Finalmente, se o universo se expandir até se desintegrar…

… e formos espalhados por aí em milhões de pedaços, sem qualquer possibilidade de nos reunir de novo? Ah, aí já é demais. Nada que fazer. Você não sobreviveu ao fim do mundo. Game over.

 

Saiba mais: preppers.org | survivalblog.com | facebook.com/preppers | twitter.com/preppersbrasil |

channel.nationalgeographic.com/doomsday-preppers | sobreviventedofim.blogspot.com.br | hyperbate.fr/finsdumonde

Editorial – Quando chega o amanhã?

 

Por Bianca Sant'Anna Caballero e Amanda Manara

 

Quem nunca quis saber o futuro? Talvez ir a uma cartomante para descobrir se vai conhecer o amor da sua vida, ou quem sabe ser promovido no trabalho… Vai dizer que não é tentador? Mesmo os mais céticos não escapam das previsões do futuro, afinal, até aquele jornal que você assiste todas as noites faz questão de tentar prever o que vai acontecer: será que vou precisar levar guarda-chuva amanhã? Ou talvez um casaco…

 

De uma maneira ou de outra o futuro é algo que nos desperta interesse. Talvez pelo mistério de não sabermos o que vem pela frente, talvez pela magia de podermos fazer dele tudo que imaginarmos. A espera por esse tempo que parece tão certo molda nossas ações, nossos planos, nossos desejos.

Ilustração por Marcelo Grava
Ilustração por Marcelo Grava

 

“Preciso economizar dinheiro para ter uma velhice confortável…”

“Pretendo me casar por volta dos 30, o primeiro filho com 33 e o segundo com 36…”

“Vamos esperar o dólar baixar para ir à Disney, ok? Ano que vem já melhora…”.

 

O futuro está sempre lá, se aproximando, e nós estamos sempre aqui, aguardando sua chegada ou imaginando como será. O problema é justamente esse: aguardar e imaginar enquanto ele pode nem chegar. Diferente do que pensamos, o futuro é incerto, e deixar tudo para depois não é a melhor saída. A única certeza é o hoje, o agora, o já, e ele deve ser encarado como se não houvesse amanhã – afinal ele pode realmente não existir.

 

Ainda assim, as preocupações com um tempo que está por vir não cessam em nossas cabeças. São pessoas buscando a fonte da juventude de um lado, cartomantes sendo consultadas de outro. Preocupações com o futuro da crise e com a situação do mercado também são frequentes. “Será que as previsões econômicas tem alguma lógica de fundamento?”.

 

O imaginário não para no que vai acontecer amanhã, dentro de poucos anos ou quando estivermos velhinhos. É possível também imaginar as relações em um futuro bem mais distante, com os homens se tornando cada vez mais parecidos com máquinas e se esquecendo das relações pessoais. O futuro pode estar se transformando em uma distopia..

 

Aqui no Claro! exploramos um pouquinho de tudo que o futuro pode nos trazer. Mas não demora muito pra ler, já pensou se de repente acontece um apocalipse zumbi ou um vírus mortal se espalha pela Terra? O fim do mundo pode não estar tão longe assim (e você deve estar preparado).

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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