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Mitos da USP: Um espectro ronda a USP. O espectro de um reitor!

 

Por clarousp

 

luizAntonioDaGamaESilva

ANTIGA REITORIA – Uma das sedes da administração da Universidade está passando por um problema sobrenatural – e, desta vez, não são os militantes da LER-QI (Liga Estratégia Revolucionária – Quarta Internacional) em uma ocupação. Um espectro ronda a Antiga Reitoria – o espectro de um ex-Reitor.

(NOTA DA REDAÇÃO: O que poucos estudantes sabem é que a Antiga Reitoria foi, por 50 anos, a Nova Reitoria e passou a ser utilizada a partir da Ditadura Militar. A atual Reitoria, que hoje chamamos de Nova, já foi a Antiga Reitoria. Para esclarecer sua leitura, quando o Claro! fala de Antiga Reitoria, estamos falando da antiga atual e não da outrora antiga, a nova.)

Funcionários de institutos abrigados na Antiga Reitoria, como a SCS (Superintendência de Comunicação Social) e o IEA (Instituto de Estudos Avançados), confidenciaram que um fantasma transita pelo mal-assombrado edifício.

Marcamos ponto na copa do prédio à espera do dito cujo e nada ouvimos até a 1h04 da madrugada, quando escutamos o sussurrar de nomes que tomamos o cuidado de anotar: “Mário Schenberg, Fernando Henrique Cardoso, Nuno Fidelino
de Figueiredo, José Cruz Costa…”.

Ao ouvir o nome do ex-presidente da República, pensamos que se tratava de uma reunião tucana. A suspeita, no entanto, foi dissipada com a visão da própria assombração.

Ele seguia com sua procissão de nomes. Era calvo, os poucos cabelos grisalhos todos escorridos para trás. Carregava um sorriso macabro. Nas suas mãos, uma pasta com o timbre do Ministério da Justiça e o título “Ato Institucional V”.

Na manhã seguinte, conversamos com 10 pessoas que transitam diariamente pelo edifício: oito confirmaram conhecer alguém que já tenha visto a assombração, uma delas afirmou ter presenciado uma aparição, mas outra funcionária assumiu
ter conversado com um dos fantasmas. Segundo ela, ele lhe pediu uma “lista de subversivos para o Doutor Gama”. Sem saber o que fazer,
a secretária entregou-lhe a lista. Foi essa pista que permitiu ao Claro! solucionar o mistério do Fantasma da Reitoria. Trata-se de alguém que já recebeu o título de Ilustríssimo Reitor: Luís Antônio da Gama e Silva.

Durante sua gestão, de 1963 a 1969, o Reitor-assombração criou uma lista de professores, estudantes e funcionários a serem expurgados da Faculdade. Os nomes que os repórteres do Claro! ouviram naquela noite correspondem aos da lista.

“Ele geralmente aparece no 3º andar, onde fica a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão. Cultura eu sei o que é, mas e Extensão? Deve ser extensão com o coisa ruim, porque na Universidade a gente sabe que quase não tem”, denuncia um dos vigilantes.

Os funcionários estão com medo de andar sozinhos no prédio. “Os elevadores não param nos andares, eles param entre eles. Eu trabalho no segundo andar e o elevador
para entre o primeiro e o segundo. De qualquer jeito preciso subir um jogo de escada. Tem que ser algo de outro mundo para explicar isso”, afirma um funcionário do SCS. “Fantasma não precisa subir escada”, sugere uma colega sua.

No início do ano, surgiu a informação de que outra assombração rondava a Nova Reitoria, fugindo ao ser perguntada sobre denúncias de crimes na Faculdade de Medicina. “Achamos que era mais uma história do Reitor Gama. Mas acabamos descobrindo que não tinha nada de sobrenatural. Era o Reitor Zago mesmo”.

Entrevista com espírito: Apresentando, Charlie Charlie

 

Por Maria Alice Gregory

 

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Depois de desenhar uma cruz em uma folha de papel, com as palavras “sim” e “não” intercaladas nos setores, faço a pergunta para chamar nosso entrevistado… “Charlie Charlie, você está aí?

Alguns o conhecem pelo trabalho com o Jogo do Copo™, seu projeto mais famoso. Outros só tomaram conhecimento da sua atuação em sua nova empreitada, o viral Charlie-Charlie Challenge. Mas quem é a figura por trás desses jogos sombrios de pergunta e resposta com o sobrenatural? Abaixo, você confere a entrevista exclusiva do Claro! com o gênio por trás do copo.

Charlie-Charlie, você está aí?

[risos] Estou sim. Mas não precisa desse tipo de formalidade agora, podemos conversar numa boa.

Tudo bem então. Você pode nos contar um pouco sobre o que você faz?

Assim, de maneira geral, eu trabalho com consultoria. As pessoas usam o meu serviço para tirar dúvidas e resolver problemas pessoais. A princípio era uma coisa universal, qualquer um podia pegar o Jogo do Copo™ e resolver seus dilemas, mas o caldo começou a engrossar. Tinha gente querendo falar com avô morto pra resolver coisa de herança, o outro queria que eu resolvesse por ele se ele deveria deixar a carreira de médico pra virar dançarino, uma moça chegou até a me perguntar se ela e o marido deveriam desligar as máquinas que seguravam uma tia rica viva pra pegar o dinheiro dela. Sabe? Começou a pesar demais e eu não queria a responsabilidade dessas decisões ruins das pessoas nas minhas costas depois. Então de uns tempos pra cá eu tenho me concentrado mais em um público pré-adolescente, que ainda não conhece os problemas da vida e não me estorva com esse tipo de picuinha.

Interessante… a experiência com o público jovem tem sido mais proveitosa, então?

Ah, mais ou menos. É aquela coisa: outro dia eu estava voltando da feira tranquilo quando três meninos começaram a me chamar numa escola. Eu corri pra lá, cheguei esbaforido, dei início à sessão e o que eles queriam saber era se era o José ou o Luís Antônio que tinham peidado na aula de ciências. Ah, por favor, né? A gente arruma um serviço legal pros moleques e eles desrespeitam assim. Criança caga e anda pra essas coisas. Mas no geral é legal porque, quando eu estou num dia ruim e quero fazer o doido, é muito mais fácil de assustar. E agora como os materiais se resumem a material escolar mesmo, não tem perigo de eu me empolgar e quebrar alguma coisa, o que já rendeu uns processos bem chatos em projetos passados.

É verdade, o Charlie-Charlie Challenge™ não é seu primeiro projeto no ramo. Como foi a sua vivência durante os projetos anteriores?

Eram esquemas diferentes. Assim, de forma geral, você tem que conhecer bem o seu público. Não adianta eu chegar pra criança brasileira com jogo de tabuleiro como eu faço com Ouija™ nos Estados Unidos que não vai rolar, aqui ninguém curte soletrar. Aqui a galera procura algo mais rápido, na base do sim-e-não, que eles podem sentar, perguntar, dar tchau e ir embora. No Japão, por outro lado, é um respeito muito maior com o sobrenatural, dá pra reunir um grupão pra um ritual e ainda pedir que todo mundo participe ativamente só pra responder uma única pergunta. É bem interessante. Mas como eu disse, agora estou mais focado com o público infanto-juvenil, então tem toda uma série de outros fatores pra levar em conta: não pode ter nada que eles não tenham acesso na escola, que é onde a maioria usa o serviço pra não tomar bronca dos pais em casa por não estar estudando; não pode envolver objetos cortantes ou qualquer coisa que machuque, porque Deus me livre de ter que lidar com criança que não soube usar uma tesoura e cortou o dedo do amigo…

Entendi. Bom, e quais são os próximos passos para Charlie-Charlie?

Estou tentando alguma parceria. Meu assessor está conversando com o time da Loira do Banheiro pra ver se a gente bola algo interessante já pro verão de 2015. Mas se não rolar, parece que o Palhaço da Kombi está tentando um revival entre os adolescentes, então dependendo da proposta a gente pode pensar em algum novo projeto conjunto.

+ Você sabia?

Cada país tem suas preferências quando se trata de conversar com espíritos. Nos Estados Unidos, a prática mais comum é a conversa por meio da Ouija Board, uma placa com o alfabeto que soletra respostas às perguntas de quem a utiliza.

O Jogo do Copo já rendeu vários projetos audiovisuais, entre eles um longa-metragem de terror brasileiro que inclusive foi baseado em fatos reais (Jogo do Copo, 2014)

The Charlie-Charlie Challenge viralizou de tal forma nos últimos meses que a busca pelo título do jogo rende mais de 13 milhões de resultados no Youtube e cerca de 120 páginas do Facebook (cada uma com 10 a 100 mil likes em média)

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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