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Uma antiga foto despertou uma avalanche de transfobia

 

Por Pedro Teixeira

 
Conceito: Bianca Muniz e Pedro Teixeira/Desenho: Bianca Muniz

Conceito: Bianca Muniz e Pedro Teixeira/Desenho: Bianca Muniz

 

Renata Gracin acordou com suas redes sociais entulhadas de notificações em julho de 2020. Após publicar uma montagem com o antes e o depois de sua transição, ela foi exposta em grupos de WhatsApp por ser a primeira mulher transgênero a permanecer no Exército sem precisar recorrer à Justiça.

 

Imagens da major anteriores à sua transição de gênero circularam pelas redes sem seu consentimento e acompanhadas de mensagens transfóbicas. Apesar de não ter acionado a Justiça, a militar poderia ser amparada pelo artigo 7º da Lei Geral de Proteção de Dados para pedir a retirada de qualquer conteúdo que ferisse a sua honra, segundo o professor de Direito Felipe Dalenogare Alves.

 

Autor de um artigo sobre o direito do ‘transexual’ ao esquecimento, Alves defende que “a possibilidade de apagar imagens não mais contemporâneas representa uma garantia para as pessoas trans de um recomeço amparado na liberdade de gênero.”

 

Há páginas institucionais ou portais de notícia que mantêm no ar fotos e citações vinculadas às antigas identidades de homens e mulheres transgênero, ainda que o direito de alterar o registro civil no cartório tenha sido conquistado por eles.

 

A discussão sobre direito ao esquecimento para pessoas transgênero é, porém, mais acadêmica do que prática, na análise de Márcia Rocha, a primeira advogada a atuar com nome social na OAB. Embora não considere a ideia sensata, Rocha, que fundou a Associação Brasileira de Transgêneros (Abrat), pontua: “Uma pessoa detém o direito privado de querer esquecer o seu passado, ter uma vida isolada, mudar de cidade e apagar fotos como quiser”.

 

“A pressão pelo esquecimento surgiu quando a transexualidade ainda era tratada como doença”, observa a psicanalista Letícia Lanz, também fundadora da Abrat. Até meados da década de 60, ocultar o passado e transformar o corpo buscando uma adequação ao padrão de gênero imposto pela sociedade era a receita indicada às pessoas trans.

 

Há pouco mais de dois anos, Renata Gracin teve o direito de optar pelas intervenções estéticas “para adequar o seu corpo à sua mente”. Após os primeiros ataques que recebeu por tornar pública a sua transição, ela conta: “fiquei apreensiva, mas já havia decidido não esquecer meu passado”.

 

A história de Gracin repercutiu na imprensa e gerou mais de 260 mil interações nas redes sociais¹.

 

¹Dados obtidos com o CrowdTangle, uma ferramenta de análise de audiência em redes sociais que não mensura interações de perfis privados.

 

Colaboraram:

Renata Gracin, major do exército brasileiro e mulher transexual

Márcia Rocha, uma das fundadoras da Abrat e advogada integrante da Comissão Especial da Diversidade Sexual da OAB SP, com assento no Comitê de Direitos Sexuais da World Association for Sexual Health

Letícia Lanz, uma das fundadoras da Abrat, é mestra em Sociologia pela UFPR, psicanalista e especialista em Gênero e Sexualidade pela UERJ

Felipe Dalenogare Alves, doutor em Direito Público pela Universidade de Santa Cruz do Sul e professor de Direito Constitucional do CEISC

 

Do voto ao like: influência nas urnas e nas redes

 

Por Crisley Santana e Guilherme Roque

 

Os debates e panfletos vistos em tempos de eleição são pequenos detalhes quando trata-se de influência política. Para além desses, há itens que podem explicar como ela se manifesta, apesar de pesquisadores afirmarem não haver fórmula pronta.

Leonardo Barreto, cientista político pela Universidade de Brasília (UnB) e especialista em comportamento eleitoral, ressalta que a influência política está relacionada ao conceito de “espírito do tempo”. As características desejadas pelos eleitores irão depender de um conjunto de circunstâncias da época em questão. Como nas últimas eleições, por exemplo, em que grande parte do eleitorado mirou perfis jovens, que esboçavam renovação e pouca relação com a política.

Esses traços são ressaltados pela comunicação exercida pelos candidatos, outro ponto importante para haver influência, segundo Vinícius Valle, cientista político pela USP e também pesquisador de comportamento eleitoral.

O requisito está relacionado ao conceito de “democracia de público”. Um termo cunhado pelo filósofo Bernard Manin que indica a democracia contemporânea centrada em um líder de massas, com boa oratória e certo carisma. “Ainda que seja um carisma anti-carismático, como é o caso do presidente Jair Bolsonaro”, explica. 

Atuação do eleitorado 

Mas se por um lado a influência é ditada pela atuação dos políticos, por outro ela vem de características sociais e psicológicas dos eleitores. Leonardo destaca que além das preferências pessoais, a indicação de familiares e figuras de liderança, como dirigentes sindicais e religiosos, são muito consideradas.

Assim como identifica um estudo realizado por Vinicius. Em seu doutorado ele aponta o importante papel desempenhado pela igreja, enquanto setor social, “tanto unindo as pessoas e discutindo interesses políticos do grupo, quanto indicando candidatos”.

Quando a influência dessas figuras vira idolatria por parte do eleitorado, torna-se mais complexo identificar os fatores. Mas os pesquisadores apontam que algumas pistas estão nas condições materiais e estruturais que essas figuras passaram durante a vida, além de escolhas políticas tomadas por elas em determinadas situações.

  “Isso depende de uma boa compreensão do espírito do tempo, e de o político ter a sorte de se apresentar como um legítimo representante desse espírito”, comenta Leonardo.  

 

Os líderes nem tão políticos 

Recentemente, a cantora Anitta disse que decidiu estudar política após cobranças por posicionamento de seus seguidores. No momento que essa reportagem foi escrita, ela possuía cerca de 47,3 milhões de seguidores em sua conta no Instagram, aproximadamente a mesma quantidade de habitantes da Espanha, segundo dados oficiais do governo espanhol. Essas pessoas acompanham suas publicações, interagem e, claro, são influenciadas por elas.

“Influenciadores” é apenas um nome novo para algo que sempre existiu: os líderes de opinião. Segundo Mayra Goulart, professora de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), essa liderança tem uma raíz na Grécia antiga, na democracia ateniense, onde a política tinha uma concepção próxima da doxa (opinião). Aqueles que tinham maior capacidade de eloquência, a “capacidade de encantar” e de influenciar, atraíam mais adeptos à suas opiniões. Entretanto, a cientista política afirma que líderes de opinião, os influencers, e os políticos são duas coisas diferentes e que seguem caminhos distintos: “esses líderes não se cristalizam em governantes, a dinâmica de um influencer e de um político profissional é diferente”.

Camilo Aggio, professor do departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais, complementa o comentário de Goulart e observa que esses líderes, como, por exemplo o youtuber Felipe Neto, que conta com aproximadamente 12 milhões de seguidores no Instagram (e quase o mesmo número no Twitter), têm grande influência dentro de uma certa comunidade, e suas opiniões são vistas como mediadoras pelos membros desse coletivo.

Anitta e Felipe Neto – além de diversos outros influenciadores – têm papel fundamental no aumento de interesse no debate sobre política entre os membros de suas comunidades. “Em razão da quantidade enorme de cobranças, críticas e pedidos de posicionamento que influenciadores recebem, certas pessoas se envolvem com questões políticas. As pessoas acabam se tornando muito mais multidimensionais”, destaca Aggio.

Fica óbvio que a influência dessas pessoas com milhares ou milhões de seguidores é gigantesca, e que cada post nas redes sociais irá ter diversas consequências nas pessoas que os seguem. É o que aponta Cláucia Faganello, mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A visão dela é de que esses indivíduos nutrem um sentimento de pertencimento à essas comunidades dos quais fazem parte e, por isso, cobram de seus líderes posicionamento por assuntos aos quais tem mais afinidade.

 

Fontes: 

  • Cláucia Faganello, mestre em Sociologia pela UFRGS.
  • Mayra Goulart, professora de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Camilo Aggio,  professor do departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Não sou amiga da maternidade

 

Por Mayara Paixão

 

mayara

Começou na primeira gravidez. Eu queria ter um parto normal e já me deparava com a resistência.

 

— Para quê? Você vai estragar o seu corpo.

 

Depois veio a violência médica, um corte desnecessário no períneo para ajudar na saída do bebê que, durante muito tempo, me causou dores. Veio o assédio moral no emprego e o pedido de demissão. Vieram as noites sem dormir, acordando de uma em uma hora, com as cólicas e a amamentação. Até que você começa a se questionar: será que eu devia mesmo ter tido filho?

 

Esse pacote que vem com a maternidade é um peso que ainda recai sobre a mulher — mesmo tendo um marido que divide quase que igualmente as tarefas. Isso não me faz bem. Reclamar? Não pode. Afinal, mãe tem que, necessariamente, estar feliz.

 

Só que eu reclamei. Encontrei um lugar onde pensei que poderia desabafar: fóruns de mulheres na internet. Imaginei que elas me entenderiam. Ledo engano. Percebi que enquanto você reclamava apenas do marido, ou falava que estava cansada, tudo bem. Mas, falar dos questionamentos e das dúvidas psicológicas de uma mulher que é mãe? Isso não.

 

A gente coloca as coisas de um jeito muito realista, e as pessoas não querem ouvir. O dia em que falei que, às vezes, tinha vontade de jogar o bebê porque estava me perguntando o que tinha feito, foi uma chuva de julgamentos.

 

— Você não ama o seu filho?

 

Nunca disse que não amo meu filho, mas estou esgotada.

 

Por vezes, me pego pensando em que momento me disseram pela primeira vez que a maternidade era algo somente bonito, e quando foi que acreditei nisso.

 

— É o sonho de toda mulher, aquele bebê limpinho, só seu.

 

O que ninguém dizia é o quanto eu teria que abrir mão. Eu, que desde muito tempo queria ser mãe, me deparei com a frustração — sonhei com uma coisa que não era bem assim.

 

Hoje, tenho três filhos, três maternidades que foram desejadas. Mas tive muito da minha autonomia roubada, e desafios diferentes com cada filho. Isso, porém, é história para outra hora.

 

Brinco que o meu mais velho veio me mostrar o que era maternidade. O do meio veio me fazer ficar de mal com ela e o mais novo veio me fazer as pazes com esse processo. Hoje entendo a maternidade como um processo que para mim foi positivo. Mas é muito dolorido e solitário, isso sim.

 

* Este texto foi construído com base no relato de Thiely Soengas Manias, paulista de 34 anos e mãe de três meninos de nove, seis e três anos.

Favor não se desconectar

 

Por Leticia Fuentes

 

 

Jovens de 18 a 34 anos (mais conhecidos como geração millennial) passam, em média, 6 horas e 19 minutos por dia conectados às redes sociais. É o que revelou um relatório anual divulgado no início do ano pela empresa americana Nielsen.

 

Como uma entre os 1,8 bilhão de millennials espalhados pelo globo, decidi desafiar os dados e lançar meu próprio “experimento”, usando a mim mesma como cobaia: sobreviver a 24 horas sem internet. Recrutei também dois voluntários, Catarina e Daniel, para me ajudar na empreitada (quase) científica.

 

Catarina foi a primeira a desistir. Depois de algumas horas de abstinência, me enviou uma mensagem — que só vi no dia seguinte — dizendo que fracassara. Tecnologia um, millennials zero.

 

Daniel chegou até o final, mas com um pouquinho de dificuldade. Ao acordar, seu primeiro impulso foi alcançar o smartphone ao lado da cama, mas conseguiu resistir e mantê-lo desligado. Concluiu que chegar ao almoço de família sem o Google Maps é uma tarefa quase impossível — mas conseguiu sobreviver para retornar à segurança da internet em seguida.

 

Quanto a mim, estava me sentindo bem durante as primeiras horas. Talvez conseguisse ficar assim por um bom tempo, pensei. Mas fui interrompida por uma ligação.

 

“Por que você não respondeu o post que te marquei no Facebook?”, pergunta uma colega.

 

“Porque não vi”, respondo. O aborrecimento na voz dela dá lugar à preocupação. Sinto como se estivesse sendo interrogada em uma consulta médica.

 

Ao completar o período longe das redes, pego o celular e vejo que outros também mandaram mensagens, preocupados. Afinal, se você passa mais de três horas sem responder, alguma tragédia deve ter acontecido.

 

Avaliando minha experiência, tenho três considerações a fazer. A primeira é que a abstinência virtual parece ser uma patologia grave — quer dizer, médicos mais velhos ainda não reconhecem seus sintomas, mas devem estar desatualizados. Todo millennial sabe das sérias consequências desse mal. Melhor não arriscar. Inclusive, recomendarei que Daniel faça alguns exames, por precaução.

 

A segunda é que millennials tratam a desconexão como uma traição — por isso, fiscalizam a vida alheia o tempo todo. Afinal, se as pessoas começarem a se desconectar, quem dará a elas a atenção que precisam? Proibir que você se desligue pode parecer uma decisão arbitrária, mas é para o seu próprio bem — e da sociedade também.

 

E a terceira é que, se alguém, mesmo assim, quisesse burlar o sistema (por sua conta e risco, claro), a melhor maneira seria forjar sua morte. Bastariam dois dias sem usar a internet — nenhum millennial acreditaria que é possível sobreviver a isso.

 

Anônimos Ilustres

 

Por Isabella Schreen

 

Hoje acordei Pessoa. Abri meu notebook acompanhada de um copo quente de café, como quem não queria nada, e me deparei, mais uma vez, com algo novo em minha vida: temos um ladrãozinho safado de PALAVRAS na área. Já retomo o assunto, primeiro vou me apresentar.

Eu sou Patrícia Carvalho, uma dentista de 40 anos que está no auge da crise de meia idade. Tenho 3 filhas lindas, um marido ausente — que não faz falta nenhuma, aliás — e uma cabeça cheia de pensamentos sobre os mais variados campos da vida, sempre acompanhados daquela garrafa maravilhosa de vinho. Estou na mesmice…É isso.

Tem dia que acordo mais filosófica… meio me rendendo ao desconhecido, mergulhando no que não entendo, sem me preocupar em entender… como Clarice. Ou admirando as belezas de um amor, que traz inquietação, mas supera a paz de um coração vazio… como Caio.

Pensamentos à parte, estava à toa dia desses e entrei num grupo do Facebook em que as pessoas escrevem seus pensamentos, ou compartilham ali o que acham bonito e foi dito por outros. Tem muita asneira ali, viu? Gente que copia palavras alheias e se acha um Veríssimo da vida. Mas liberdade poética é isso, não?

No grupo você pode assinar o que escreveu com seu nome, como autor desconhecido ou ser muito cara de pau e assinar como os autores mais queridos da web: Caio Fernando Abreu, Clarice Lispector e Fernando Pessoa. Acho muita sacanagem atribuir suas palavras a quem já foi dessa pra uma melhor. Com certeza eles devem se revirar no caixão de vez em quando vendo essas coisas.

E aqui chego ao ponto cômico de minha história… isso está acontecendo COMIGO. Quem diria, né? Quem está no grupo acha que pode tirar tudo aquilo que vê ali e compartilhar com pessoas de fora, e assim, o que eu escrevo com minhas palavras e assino como autor desconhecido, está saindo dali e sendo atribuído a outros donos. E adivinha? Elas viraram dizeres de Clarice e Fernando.

Se vocês dois estiverem me ouvindo, não foi culpa minha, viu?!

Entrei no Facebook de uma amiga distante e lá estavam minhas palavras… assinadas como Lispector primeiro, e hoje, como Pessoa. Que absurdo!

Tenho a teoria de que tenho algum fã secreto naquele grupo, mas que tem medo de mostrar a cara pra mim, e pra todos seus amiguinhos do Face. Afinal, mostrar que manja tudo de palavras de Clarice, Pessoa e Abreu, é mais cult do que as de Patrícia Carvalho, né?

Não sou Clarice, nem Lispector, muito menos Fernando ou Pessoa, e sim Patrícia Carvalho. Na verdade, sou todos esses e mais alguns, e me encontro na pluralidade que cada um tem dentro de si. Dentista, mãe de três filhotes e pseudo escritora enterrada na mesmice de minha vida.

 

Naturalidade garante sucesso dos youtubers

 

Por Rafael Ihara

 

Quer se reconhecido na rua, ter uma legião de fãs e admiradores, e distribuir autógrafos pra tudo quanto é lado? É só pegar uma câmera (pode até ser a de um celular), gravar um vídeo, e hospedá-lo num canal no YouTube que você mesmo pode criar. Engana-se quem acha que é preciso fazer coisas mirabolantes no vídeo. Quando é dado o play, naturalidade é a palavra de ordem.

Quer exemplos? A dona do canal Viih Tube é uma moça de 16 anos. Ela tem três milhões de seguidores, e se considera “formadora de opinião e influenciadora da grande massa” que a segue. Em um de seus vídeos, ela se juntou ao primo e eles propuseram desafios um ao outro, como comer um pacote de biscoito, quebrar um ovo de galinha com uma mão, beber um litro d’água… Detalhe: cada tarefa devia ser cumprida em sete segundos.

Tem também o Pedro Afonso — um jovem de 20 anos que tem um canal chamado RezendeEvil. Além de produzir vídeos de jogos, também faz sucesso com gravações dele sendo encoberto por 40 amebas coloridas, ou passando com um carro, um Audi, por cima de um iPhone 6 com a tela quebrada. Um novo custa hoje cerca de 2.500 reais. Essas brincadeiras já renderam mais de três bilhões de visualizações de seus vídeos.

O canal Bel para meninas é protagonizado por uma criança de apenas oito anos, mas tem 2,6 milhões de pessoas inscritas. Nos vídeos, Bel mostra sua mochila e estojo da escola, faz teatrinhos simulando situações cotidianas, e participa de desafios culinários estrelados por ela e sua mãe, que se diverte tanto quanto a filha nas gravações. Em pelo menos dois vídeos elas aparecem vomitando depois de tomar bebidas que prepararam.

O que os três (e muitos outros youtubers) têm em comum é a naturalidade. Eles arrotam, gritam, erram, gaguejam e até vomitam na frente das câmeras. Apesar de contarem com editores de vídeos que poderiam retirar essas partes com as gafes, elas são mantidas justamente pra gerar identificação com o público. Os internautas pensam “nossa, eu também faço essas coisas”.

A professora do Instituto de Psicologia da USP Leila Tardivo crê que a popularidade dos youtubers também se apoia no avanço da tecnologia. Como as pessoas ficam mais em casa pela falta de segurança, e passam a maior parte do tempo sozinhas, acabam assistindo a esses vídeos pela falta que sentem de ter contato direto, ao vivo, olho no olho. “Os youtubers acabam se transformando em amigos desse pessoal super conectado que passa a maior parte do tempo sozinho, no celular, no computador”, justifica.

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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